O aplicativo da rede social X conseguiu voltar a operar no Brasil após uma série de bloqueios impostos pelas operadoras de internet por ordem judicial.
A solução encontrada pela plataforma foi utilizar uma tecnologia chamada proxy reverso, que redireciona o tráfego dos usuários para os servidores da Cloudflare, empresa responsável por proteger e otimizar o desempenho de diversos sites ao redor do mundo.
Com essa mudança, o X conseguiu contornar os bloqueios, pois a Cloudflare é amplamente usada por muitos serviços essenciais no Brasil, como sites de empresas e do governo. Isso significa que, se as operadoras tentassem bloquear os IPs usados pela Cloudflare, elas afetariam muitos outros serviços além do X, tornando a medida inviável.
O bloqueio específico da plataforma, que antes parecia eficaz, agora se tornou um desafio muito maior para as operadoras, uma vez que qualquer ação poderia ter consequências mais amplas, informa o ‘O Antagonista’.
A Cloudflare funciona como uma espécie de “escudo”, protegendo o tráfego da rede social e impedindo que ele seja facilmente identificado e bloqueado. Além disso, o sistema utilizado pela X facilita a adaptação a mudanças, tornando o bloqueio por meio de endereços DNS — um dos métodos mais comuns — algo fácil de ser contornado. Segundo especialistas, essa tecnologia oferece uma camada adicional de proteção, fazendo com que o serviço permaneça acessível, mesmo com novas tentativas de restrição.
A decisão de migrar para a Cloudflare também reflete as adaptações que plataformas digitais estão tomando frente a desafios legais e técnicos em diferentes países. Recentemente, sites governamentais brasileiros, como o portal gov.br, também adotaram a mesma solução de segurança para se protegerem de ataques cibernéticos, o que demonstra o quão essencial essa infraestrutura se tornou no ambiente digital.
O uso dessa tecnologia é visto como uma jogada estratégica da X para garantir que sua plataforma continue acessível aos usuários brasileiros, mesmo diante de tentativas de bloqueio. Agora, a expectativa é que as operadoras enfrentem dificuldades maiores para impedir o acesso ao X sem causar um impacto muito maior em outros serviços vitais.
Com o retorno da plataforma via aplicativo, usuários no Brasil já conseguem acessar o X novamente, e a rede social mostra que está disposta a utilizar todas as ferramentas disponíveis para manter seu serviço funcionando, independentemente das tentativas de restrição impostas no país. Já a versão para navegadores ainda não retornou ao funcionamento normal.
Contexto
O X foi bloqueado por ordem do STF em 30 de agosto. A medida se deve à recusa da plataforma de atender a solicitações que vinham sendo realizadas pela Justiça desde abril, que incluíam a retirada do ar de sete perfis que emitiam mensagens incentivando a realização de crimes, que irradiavam desinformação ou dados pessoais de autoridades públicas.
Em agosto, a rede social fechou escritórios no Brasil, demitiu todos os funcionários e encerrou sua presença física local. O ministro Alexandre de Moraes exigiu a nomeação de um representante legal no País que pudesse responder pelas demandas judiciais, o que até o momento não foi feito.
Diante da não obediência às exigências do STF, Moraes determinou o bloqueio do X e multa diária. Também bloqueio contas da empresa e da Starlink, que é controlada por Elon Musk, assim como o antigo twitter. Na última semana, aconteceu o confisco de R$ 18,35 milhões das empresas para quitar as multas, mas o bloqueio do acesso à rede social segue em pé.
Com informações de TeleSíntese e MaurilioJunior.com
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