Morto aos 93 anos após um quadro de gripe causada pelo vírus H1N1, o ícone Silvio Santos permanecerá no léxico popular graças a um legado repleto de bordões e tiques inesquecíveis, mas também pelas inovações que levou à televisão brasileira. Mas também teve uma relação cheia de altos e baixos com a comunidade LGBT+.
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Pioneirismo com "transformistas"
Foi pioneiro ao levar drag queens, mulheres trans e travestis para os televisores de todo o Brasil com o Concurso de Transformistas, quadro apresentado por ele entre as décadas de 1980 e 1990 e recuperado esporadicamente ao longo do século XXI.
Nele, o apresentador recebia principalmente concorrentes que se identificavam com o gênero masculino e avaliava o trabalho de maquiagem, os trajes e a oratória necessários para a transformação. Ao longo dos anos, por lá passaram também concorrentes trans antes de assumirem a identidade de gênero, como a modelo Ava Simões. Em junho de 2022, ela retornou ao programa para participar do quadro Não Erre a Letra, três anos após se tornar Miss Trans internacional.
Na ocasião, o apresentador se tornou foco de polêmica ao demonstrar apoio à comunidade trans e ao processo de transição. “Se você nasce um menino, mas está verificando que os anos estão passando e está verificando que os anos estão passando e está se sentindo uma menina, você está sofrendo. Se quer se livrar deste sofrimento e se a ciência permite, você faz a transformação e fica feliz”, disse. Agradecida, ela respondeu que a fala de Silvio estava exercendo um grande serviço de conscientização ao Brasil. Brincando, ele ainda comparou o procedimento a um corte de cabelo.
Acusações de LGBTfobia
Mesmo assim, muitos membros da comunidade LGBT+ resistiram a elogiar o comportamento de Silvio, conhecido pelo apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e por acusações de homofobia anteriores ao caso. A mais famosa ocorreu em 2016, ao lado da filha Patrícia Abravanel.
Após dizer não ter gostado do filme Carol, sobre um amor lésbico, Silvio perguntou à herdeira se apoiava que duas mulheres agissem “como se fossem um casal”, ao que ela respondeu que era necessário frisar “que homem é homem e mulher é mulher” e que “não é legal ser super liberal”.
Além disso, espectadores criticaram o uso de xingamentos homofóbicos como “bicha” pelo apresentador e também o caráter exótico do Concurso de Transformistas, julgado condescendente.
Selinho em Gil no Teleton
Em 2001, na reta final da quarta edição do Teleton, maratona beneficente em prol da AACD, Silvio Santos negou várias vezes à apresentadora Hebe Camargo a possibilidade dela lhe dar um “selinho”.
Após Hebe anunciar a apresentação do cantor Gilberto Gil, quando o compositor entra no palco, Silvio não se furta de chamá-lo: “Gilberto Gil, um selinho!” Foi quando o ícone da TV promoveu uma cena que se eternizou na comunicação e na história do Teleton.
Muitos consideram este fato como o primeiro beijo gay ao vivo na TV brasileira, mas isto ainda não é confirmado oficialmente.
Com informações de VEJA
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